Ana e as Imagens das Entranhas



Procurava inspirar-me olhando para o chão quando andava. Tentava recordar-me das palavras últimas mas perderam-se sob o ar sujo da madrugada. Procurei-me ainda, por algum tempo, em olhos de estranhos e havia acabado. Não estava mais.
Sigo pelas ruas acinzentadas que me violentam. Lembro-me dos quartos imundos conhecidos por minha loucura.
Freqüentemente questiono essa ausência e a resposta ecoa em trêmulas frases desanunciando o regresso.
Meu corpo resvala-se sobre o piso gélido de casa, entorpecido de frágeis memórias(...)
Sou marcado por incontáveis partidas.
O que se proclama lembrança, lança-se sobre mim com cala-frios; Punhaladas no estômago. Meu ventre aguarda ansiosamente o próximo tempo de adeus.